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Orsay

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Danse à la ville Danse à la campagne

Renoir gostava de cenas de dança. Essas duas pinturas foram projetadas como um par: o formato é idêntico e as figuras quase em tamanho real representam dois aspectos diferentes, mesmo opostos, da dança. A elegante restrição dos dançarinos da cidade e o salão de baile ao seu redor contrastam com a alegria da dança campestre ao ar livre. O casal varrido pela música parece ter deixado uma mesa desordenada, um descuido acentuado pelo chapéu que caiu em primeiro plano. Há muitos contrastes entre os dois painéis, mesmo nas cores, legal para o vestido de Suzanne Valadon em City Dance, quente para Aline Charigot, a futura esposa de Renoir, que empresta suas carinhas sorridentes ao dançarino country. Mas, além de suas diferenças, os dois casais parecem estar ligados pelo mesmo movimento, como se encarnassem uma sequência da mesma dança. Exibido por Durand-Ruel, que os possuiu por muitos anos, os dois quadros marcam uma mudança na técnica de Renoir no início da década de 1880. O desenho é mais preciso e a simplificação da paleta contrasta nitidamente com as pinceladas vibrantes de seus trabalhos anteriores. O próprio Renoir admitiu que uma atenção maior ao desenho foi o resultado de uma necessidade de mudança que ele sentiu depois de ver as obras de Rafael na Itália.

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